terça-feira, 14 de outubro de 2008

Por que as Pesquisas Erram Tanto?

Em época de eleições, sempre nos perguntamos o que há de errado com as pesquisas. Por quê elas se mostram tão imprecisas e inconfiáveis? O meu candidato deveria ter ido para o segundo turno, mas o que ocorreu?
Bem, acontece que existem dois fatores decisivos que não são abordados na tevê. O primeiro é que existem dois tipos de pesquisas eleitorais, uma é chamada de pesquisa de fluxo, a outra de pesquisa domiciliar ou habitacional. A primeira é a utilizada nas eleições normalmente, e é também a menos confiável e a que apresenta maiores inconformidades com os resultados, porém é mais barata e mais rápida de ser feita. Trata-se da pesquisa de rua, onde um profissional pergunta aos transeuntes suas preferências políticas e afins. Acontece que esta pesquisa "chama" a atenção dos mais "fanáticos", que aproximam-se do entrevistador propositalmente para expressar sua opinião, além de ser mais dependente do perfil das pessoas que passam e do acaso, enquanto a pesquisa domiciliar é feita de casa em casa, onde uma pessoa de cada moradia é convencida a responder as perguntas.
O segundo fator é o que se é chamado de descarte: trata-se dos resultados desconsiderados, aqueles que constatou-se serem exagerados. Muitas pessoas desejam que sua opinião seja relevante no contexto da pesquisa, então "exageram" um pouco. Por exemplo, um entrevistado pode achar que um governo é razoável, mas ao ser questionado diz que é ótimo, por se tratar do seu partido ou sua linha política, ou ainda claramente não haver coerência em suas respostas.
Esta margem de descarte não é absolutamente precisa, e não é substituída. Por exemplo, uma pesquisa ouve 800 pessoas, mas apenas 500 são levadas a sério. Porém, mesmo com 300 descartados, no jornal e na tevê ouve-se "...foram ouvidas 800 pessoas, de tal dia a tal outro dia de tais meses..." quando na verdade o resultado reflete a opinião de 500 pessoas.
Por isso, não nos surpreendemos mais com resultados conflitantes com as pesquisas, tais quais São Paulo e Porto Alegre, a primeira dando Marta Suplício muito a frente de Kassab, e a segunda dando Manuela a frente de Rosário, ambas pesquisas no primeiro turno.

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